quarta-feira, 28 de julho de 2010

Livro que estou lendo; Virgindade e Celibato hoje, de Pe. Amedeo Cencini

Excelente livro que trata sobre ao dom do celibato, ou como prefere o autor: a virgindade. São reflexões na linha da psicologia da vida religiosa, sem excluir a espiritualidade e a poesia, que permeiam essa obra. São doze capítulos, e no final de cada qual, o autor se utiliza de escritos Patrísticos e da Espiritualidade moderna que evidenciam a riqueza da mística que envolve o dom do celibato sacerdotal.

Como estou me preparando para a Sagrada Ordenação Sacerdotal, deixo aqui um texto que me alimentou espiritualmente no retiro que realizei:

O coração como um altar

"Não te recuses a ser o sacrifício de Deus e o seu sacerdote; não transcures aquilo que o seu poder e a sua generosidade te deram. Reveste-te da túnica da santidade, cinge-te com o cinto da castidade. Cristo seja como uma tenda sobre a tua cabeça, conserve-se a cruz como proteção sobre a tua fronte. Coloca sobre o peito o sacramento do conhecimento de Deus, faz arder sempre como perfume o incenso da oração,...transforma o teu coração num altar: e assim, na segurança que te vem da proteção de Deus, conduz o teu corpo ao sacrifício"

São Pedro Crisólogo, Sermão CVIII. 

3 comentários:

Anônimo disse...

Padre, V. Revma. coloca virgindade como sinônimo de celibato. Todo celibatário deve ser necessariamente virgem ou pode ser uma opção pós-vocacionado? Pergunto por mim, que por pudor permaneço anônimo...

Pe. Leandro Luis Bernardes disse...

O celibato é a condição da pessoa que não se casa, vivendo a castidade, porém a castidade pode ser vivenciada também no casamento. A virgindade é um conceito mais amplo, e o autor aplica não somente a questão da integridade física, de nunca ter praticado o ato sexual, mas de um dom total de si, um sentido espiritual e místico. Não significa que uma pessoa que já teve relações sexuais não seja virgem. A virgindade entendida somente no aspecto fisico tem sua compreensão reduzida. A virgindade vai além. É por isso que o autor prefere o termo virgindade a celibato. Portanto, todo celibatário deve ser "virgem" no sentido espiritual e esponsal, mas não no sentido físico, caso já tenha relações sexuais antes de assumir o compromisso com a Igreja. Ter relações sexuais não significa não ser virgem, nessa concepção mística, espiritual, ampla, pois um casal pode ser "virgem" mesmo tendo relações. A virgindade é um dom total de si a Deus, que coloca Deus em primeiro plano. E isso acontece também na vida do "virgem" celibatário, no meu caso, como sacerdote. Espero ter esclarecido sua dúvida. Em Cristo.

Anônimo disse...

Esclareceu sim Pe., agradeço-lhe. E fico muito feliz em ver um padre como V. Rvma., atento à realidade espiritual da Igreja. Necessitamos cada vez mais de padres assim.
Muito obrigado.